sábado, 4 de agosto de 2007

O «cromo do dia» - Casagrande

Casagrande é mais um "case study" no numeroso grupo de jogadores estrangeiros e consagrados que não tiveram sucesso no futebol português.
Walter Casagrande Júnior nasceu em São Paulo a 15 de Abril de 1963. Iniciou a carreira em 1980 no Corinthians e antes de chegar à Europa foi convocado por Telê Santana para integrar a Seleção Brasileira (na foto) que disputou o Mundial México 1986, apesar do seu histórico de problemas disciplinares no Corinthians. Chegou ao FC Porto na época 1986/87 mas foi em Itália, ao serviço do Torino e do Ascoli, que igualou o sucesso alcançado no Brasil. No FC Porto, foi campeão europeu apesar de ter sido um dos jogadores menos utilizados dessa época. Além de pouco utilizado, acabou por ser vítima de uma grave lesão durante o Brondby-FC Porto dos quartos-de-final da Taça dos Campeões Europeus em 1987. A lesão de Casagrande acabou por abrir caminho à utilização de Juary que foi preponderante na caminhada do FC Porto até à Final de Viena.
Depois da aventura italiana acabou por regressar ao Brasil e ao seu clube do coração, o Corinthians, onde marcou 103 golos em 256 jogos.
Uma curiosidade: no Brasil dos anos 80, em plena ditadura militar, Casagrande foi um dos mentores de um movimento conhecido como "Democracia Corintiana" que surgiu na equipa mais popular do país, o Corinthians de São Paulo, clube de tabalhadores da zona pobre do leste da cidade. Jogadores e dirigentes do clube dividiam responsabilidades e tudo o que influenciava a vida do clube era decidido através do voto. Foi um movimento liderado por Sócrates, um médio direito e pensador político, pelo lateral-esquerdo comunista Wladimir e pelo jovem avançado Walter Casagrande. O movimento acabou por ser preponderante ajudando a preparar o cenário político que levou ao fim da ditadura militar em 1984.
Encerrada a carreira de jogador, Casagrande tornou-se colunista de um jornal de São Paulo, apresentador de rádio e comentador desportivo da Rede Globo.

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