domingo, 25 de outubro de 2009

«Curiosidades FCP» - O 'tridente' Cubillas-Gomes-Oliveira

Hoje, recordamos um trio de jogadores que constituiu um dos melhores 'tridentes ofensivos' da história do FC Porto e do futebol português: Teófilo Cubillas, Fernando Gomes e António Oliveira.
Este trio de ataque foi determinante no futebol ofensivo que o FC Porto privilegiou a meio da década de 70, ou seja, imediatamente antes do clube regressar aos títulos, em 1976/77.
Apesar de Oliveira e Cubillas já representarem o FC Porto em 1973/74, foi apenas na época seguinte que se lhes juntou Gomes. Ou seja, a época 1974/75, além de ter sido especial para o miúdo Fernando Gomes (aos 18 anos já era titular do «onze» do FC Porto), também foi marcante para aquele trio de jogadores. Foram duas épocas e meia em que Cubillas, Gomes e Oliveira jogaram juntos na frente de ataque do FC Porto, desde o início da época 1974/75 até meio da época 1976/77, altura em que Teófilo Cubillas deixou o FC Porto para regressar ao "seu" Alianza Lima, do Perú.
O 'tridente' Cubillas-Gomes-Oliveira começou por ser utilizado no FC Porto pelo técnico brasileiro Aymoré Moreira, que acabou por não comandar a equipa até final da época, sendo substituído por Monteiro da Costa já muito perto do final do campeonato. Nesse ano, o FC Porto foi 2º classificado a apenas 5 pontos do Benfica. Ainda assim, o FC Porto igualou o seu maior rival em número de golos marcados na competição (62), tendo o trio Cubillas-Gomes-Oliveira contribuído com mais de metade daquela soma (35 golos).
Fernando Gomes, logo na sua época de estreia nos séniores do FC Porto, marcou 14 golos no campeonato, enquanto que Oliveira e Cubillas apontaram, respectivamente, 12 e 9 golos. De referir também que o surpreendente Lemos, com 13 golos, também foi importante para aquela marca de 62 golos apontados pelo FC Porto na liga.
Na época seguinte (1975/76), o trio Cubillas-Gomes-Oliveira atingiria o seu melhor registo a nível da concretização. Curiosamente, foi nesse ano que o FC Porto registou a sua pior classificação na liga durante o período em que aqueles três jogadores representaram o clube.
Nessa época, o FC Porto, de Branko Stankovic (até à 18ª jornada) e Monteiro da Costa, foi 4º classificado no campeonato. No entanto, aquele trio de jogadores foi responsável por mais de 60% dos golos que o FC Porto marcou na prova. Cubillas (28 golos), Gomes (10 golos) e Oliveira (7 golos) foram os maiores responsáveis pelo FC Porto ter sido o 2º melhor ataque da competição, com 73 golos.
Tal como já tinha acontecido com Lemos no ano anterior, nessa época houve um novo "intruso" na tabela de melhores marcadores do FC Porto no campeonato: Seninho, com 10 golos.
Por fim, a época 1976/77. Esse ano, apesar de ter ficado assinalado pelo regresso do FC Porto aos títulos depois de 9 anos de jejum (conquistou a Taça de Portugal, com José Maria Pedroto), também ficou marcado pela separação do trio Cubillas-Gomes-Oliveira.
Infelizmente, o nosso ex-nº 10 optou por regressar ao Perú a meio dessa época, acabando por já não estar presente na final da Taça de Portugal (salvo erro, Cubillas ainda participou nas primeiras eliminatórias da prova).
Nessa época, e apesar de não ter conquistado o campeonato (foi 2º classificado a 10 pontos do Benfica), o FC Porto seria o melhor ataque da prova, com 72 golos (impressionante média de 3,8 golos marcados nos jogos disputados nas Antas).
Fernando Gomes (26 golos), António Oliveira (11 golos) e Cubillas (7 golos) voltaram a ser determinantes na frente de ataque do FC Porto no último ano em que os três, em simultâneo, representaram o clube.
No total, este fantástico 'tridente ofensivo' foi responsável por 124 (!) golos do FC Porto no campeonato nacional, e em apenas 2 épocas e meia. Notável!
Na Europa, este trio também deixou a sua marca. Neste particular, merecem destaque duas eliminatórias que o FC Porto disputou na Taça UEFA durante aquele período. Em 1974/75, os ingleses do Wolverhampton foram eliminados pelo FC Porto logo na 1ª eliminatória da prova, com dois golos de Cubillas (um em cada uma das mãos da eliminatória) e outro de Fernando Gomes, enquanto que em 1975/76, o Avenir Beggen seria a maior vítima da cumplicidade entre Cubillas, Gomes e Oliveira. O FC Porto venceu os luxemburgueses por 7-0 e o jogo ficou marcado pelos golos daquele 'tridente' de jogadores («hat-trick» de Cubillas, 1 golo de Oliveira e 1 golo de Gomes).
A saída de Cubillas, a meio da época seguinte, colocaria um ponto final naquele extraordinário 'tridente ofensivo'. Provavelmente, com o perúano na equipa teria sido mais fácil ao FC Porto conquistar o título na época seguinte (nota: em 77/78, o FC Porto foi campeão nacional em igualdade pontual com o Benfica). Ainda assim, o seu substituto, o brasileiro Ademir, acabou por fazer esquecer o génio perúano ao tornar-se o 3º melhor marcador da equipa no campeonato, com 12 golos (foi ele o autor do golo do empate naquele super-decisivo clássico que o FC Porto disputou nas Antas, frente ao Benfica).
Quanto à dupla Gomes-Oliveira, em 1977/78 manteve a mesma cadência dos anos anteriores, apontando, em conjunto, 44 (!) golos no campeonato.
Em cima, na foto, recuperámos um «onze» do FC Porto, da época 1976/77, onde surge aquele fantástico trio de jogadores.
Em cima (da esq. p/ dta.): Teixeirinha, Freitas, Celso, Simões, Tibi, Teixeira;
Em baixo (da esq. p/ dta.): Taí, Octávio, Gomes, Cubillas, Oliveira;

1 comentário:

Nuno Leal disse...

Caro Ricardo, importantíssimo trabalho de ajuda para uma memória colectiva de um clube sem rival, que é o nosso. Nunca é demais agradecer, excelente trabalho.